19 de nov. de 2008

O Rio de Janeiro continua lindo...

...lançando moda e fazendo história.

O brasileiro e, especialmente, o carioca tem a mania de tornar nosso o que vem de fora. Não é se apropriar da descoberta alheia, mas assimilá-la com mais tempero e gingado.Assim foi o com futebol, de origem inglesa e de alma verde-amarela. Assim foi com o biquíni, do berço francês aos nossos corpos dourados que desfilam em sete mil quilômetros de praia em todo o território nacional.O biquíni invadiu a nossa praia na década de 50. Usado primeiramente pelas vedetes, como Carmen Verônica e Norma Tamar, que levavam multidões às areias de Copacabana. De lá prá cá, faz parte do nosso vestuário e da cultura popular.Hoje, o Brasil é o país que mais fabrica e consome a moda praia. Nossos biquínis estão espalhados pelos quatro cantos do mundo. O modelo brasileiro é reconhecido internacionalmente, pelo seu estilo, qualidade e a criatividade dos modelos. Aspectos que os diferenciam dos fabricados em outros países. O nosso biquíni, além de toda essa qualidade e tecnologia, tem também melodia...
“Era um biquíni de bolinha amarelinha tão pequenininho Mal cabia na Ana Maria Biquíni de bolinha amarelinha tão pequenininho Que na palma da mão se escondia”

O biquíni inspirou a Jovem Guarda. É pano de fundo de uma das músicas mais famosas da Bossa Nova, Garota de Ipanema. O biquíni é prata da casa.

“Quando na tarde vazia Tão linda no espaço Eu vi a menina Que vinha num passo Cheio de balanço a caminho do mar”

E, a caminho do mar, festejamos a nossa brasilidade, que se traduz com gingado, sensualidade, riso largo, abraço apertado e versos eternos.A caminho do mar, saudamos a Bossa Nova, pátria nossa, 50 anos como patrimônio cultural carioca.A caminho do mar, desfilamos os biquínis – cavadão, cavadinho, padrões, cores, formas, estilos, traço nosso, arte nossa.Nesse desfile, aguardamos a moda praia 2009, que vai desembarcar nas areias cariocas para fazer a cabeça, os corpos e as mentes de tantos mortais. E o Rio continua lindo...


Publicada na Revista de Bordo.

Nov. 2008