Eu estava lá...
Sabe aquela sensação, o que se vive de muito bom se carrega na alma pelo resto da vida? É aquela famosa memória de pele que é acionada quando se depara com os fragmentos de um momento especial. É paixão, e paixão tem dessas coisas. E assim foi em 1985, o primeiro Rock In Rio. Os jovens de ontem, os avós de hoje, e já preparados para viver outra grande emoção.
Mas se pararmos para pensar, o rock está de cabelos brancos mesmo: David Gilmour, Ericton Clapton, Rolling Stones, Paul McCartney e tantos outros. E nada mais natural que, na terceira edição, você veja sessentões de casaco de couro e estacionando sua Harley-Davidson. Na garupa, filhos e netos; na bagagem, a saudade, lembrança daquele slogan – Por um mundo melhor. Forte e tão atual. O desejo de todos, de tantos, nos quatro cantos do planeta.
A programação deste ano é muito diferente daquela de 26 anos atrás. Mas a energia é a mesma. E para a turma mais antiguinha, como eu, um presente na abertura, no dia 23 de setembro: as baladas de Elton John. O cara, no alto dos seu 64 anos, ainda levanta multidões por onde passa.
E até 29 de setembro, a cidade do Rock vai tremer, fever, pulsar. A miscelânea musical vai misturar guitarra e agogô: Shakira, Lenny Kravitz, Ivete Sangalo, Marcelo D2, Maria Gadú, Red Hot Chilli Peppers, Jota Quest, Katy Perry, Rihanna, Claudia Leitte, Detonautas, Milton Nasimento, Motörhead, Coheed and Cambria, Sepultura, Angra, Stone Sour, Titãs, Paralamas, Coldplay, Capital Inicial, Metallica, System of a Down, Guns N’ Roses, Zeca Baleiro, Skank e muito mais gente boa que vai colocar na história da música mais um grande festival. Do Rio de Janeiro para o mundo.
E como disse Cazuza, o tempo não para. Ele corre mesmo, e em algumas vezes deixa o que bom melhor, com mais sabor. A maturidade tem dessas coisas, e veremos isso, naqueles meninos que subiram o palco em 1985 e que marcarão presença também este ano: Paralamas. Com certeza, os grandes sucessos de outrora, como “Fui Eu”, “Meu Erro”, “Óculos” e “Vital e Sua Moto”, vão ecoar de novo e misturar passado e presente.
É antigo com gosto de novo, e por mais clichê que seja, música não idade. E no Rock In Rio, nem gente. U-huuuuuuu...