20 de mar. de 2015

Abelardo Bueno - Edição de março | Editorial


É de pequeno que se aprende, lembra?


O mês de março é aquele que “fecha o verão”, começa o ano e ainda se comemora o Dia Internacional da Mulher. Poderíamos dizer que o feminino anda forte no país – temos até uma presidente mulher –, mas o coro que vemos está bem dissonante.

Mas estamos aí, trabalhando muito, em jornada dupla, às vezes tripla, e a conta não bate.

A conta da igualdade salarial. A conta da divisão de tarefas domésticas. A conta no final do mês. Temos apenas lamentos? Também não é verdade...

A mudança de uma sociedade mais igualitária, mais justa, está na mão da maioria das mulheres mesmo. Somos nós que precisamos colocar a mão na massa. Somos nós a ferramenta da transformação.

“Como?”, você deve estar se perguntando. Educando. Isso gente! Educando nossos filhos. Todos os homens que aí estão foram educados por mulheres, foi no seio da família que aprenderam o be-a-bá do machismo. Assuma a sua parcela de culpa pelo menos.

Eu acredito que tenha contribuído para essa grande revolução que está em curso há séculos, que começa com um trabalho de formiguinha; cada uma fazendo a sua parte para transformar o coletivo.

Criei filhos, ajudei a formar homens e o que vejo hoje são adultos responsáveis, compromissados com as mulheres que escolheram como companheiras e participativos na vida doméstica. Cresceram vendo o pai também fazendo a mesma coisa.

O ser materno tem função muito maior do que gerar, mas sim ensinar, e a educação é a mola propulsora de melhoria para cada setor da vida de um indivíduo.

E as mulheres têm o que para comemorar?

É uma pergunta intima, que apenas você pode responder. Eu tenho, e acredito que muitas outras também. Celebrar as pequenas conquistas e jamais fugir da luta.

A luta da paz, da gentileza, de homens e mulheres em sintonia na busca permanente por uma vida melhor para todos. Independente do credo, da raça, do sexo, das escolhas, sempre ensine respeito e educação desde o berço. Afinal, é de pequeno que se aprende, lembra?

Abraços,
Tereza Menezes Dalmacio
Editora-Chefe