Desde 1991 que essa turma faz humor para quem tem muito pouca vontade de rir. Gente frágil, crianças e adolescentes hospitalizados. Se a medicina cura o corpo, os Doutores da Alegria aceleram esse processo quando conseguem arrancar uma gargalhada de um pequeno doente. São o carinho, o aconchego, o emocional acariciado, a medicação aplicada por esses doutores. E quando a alegria entra nesses corações frágeis, a permanência no leito fica mais leve e há uma reação orgânica, física mesmo.
Para quem não sabe, esta história já tem muita estrada. Tudo começou quando o ator Wellington Nogueira, inspirado pelo programa que integrou - o “Clown Care Unit”, de Nova Iorque, lançado em 1986 pelo ator Michael Christensen -, resolveu levar o trabalho de artistas profissionais e especializados na arte do palhaço aos hospitais.
O resultado? Bom, todo mundo conhece. Os Doutores da Alegria invadiram os hospitais do Brasil, vários grupos foram formados e, hoje, são um apoio importante na recuperação de muita gente. E os números comprovam isso, grandiosos, diga-se de passagem: mais de 652 mil crianças e adolescentes hospitalizados foram visitados, atingindo também cerca de 600 mil familiares e envolvendo mais de 13 mil profissionais de saúde.
Rir é o melhor remédio
Se pararmos para pensar, esse dito popular faz todo sentido. Os Doutores da Alegria sabem bem disso, no dia-a-dia, em cada sorriso que arrancam dessa turminha. E ideia boa voa, conquista e ganha outros corações. Esse projeto inspirou cerca de 200 iniciativas similares em todo país, motivando uma série de parcerias que incluem o Ministério da Saúde e a iniciativa privada. Tudo isso possibilitou outras conquistas importantes, como a criação de um Núcleo de Pesquisa e Formação próprio – o primeiro entre organizações desta natureza.
Os Doutores da Alegria são uma organização não-governamental, sem fins lucrativos, que leva alegria a crianças hospitalizadas através da arte do palhaço (mágica, malabarismo, mímica, improvisação e música). Atualmente, a entidade conta com uma equipe de 21 funcionários e colaboradores nas áreas de pesquisa, formação, gestão, administração e mobiliza 44 artistas profissionais. Desses artistas, 10 participam também da gestão da ONG.
Os besteirologistas, forma como os artistas gostam de ser chamados, visitam, em duplas, crianças hospitalizadas, leito a leito, 2 vezes por semana, durante aproximadamente 6 horas por dia, inclusive nas unidades de terapia intensiva e de procedimentos ambulatoriais. A cada 6 meses os artistas se revezam entre os hospitais.
Se você tiver vontade de levar esse trabalho até a sua cidade, se informe no site. Os Doutores da Alegria promovem cursos e preparam equipes para atuar junto aos hospitais. Essa alegria toda ajuda a curar, e envolve médicos, enfermeiros e todo corpo de saúde. Uma alegria que se soma com o conhecimento e a prontidão no atendimento ao doente.